Hoje venho discutir uma das variadas formas de limpeza de arma. Variada digo, pois, dependendo de sua utilização, existem alguns pontos que precisam ser tratados com maior cuidado. E "a bola da vez" é a arma usada na categoria porte.
Imbel MD5 LX, calibre .40 S&W: Arma de porte de uso cotidiano do autor. |
Não atirei com a arma. Preciso limpar ela?
Arma sem efetuar disparos por duas semanas, carregada todos os dias. É um pêlo ali na placa de punho? |
A arma usada na categoria porte possui cuidados específicos. Afinal, um pedaço de aço em constante contato com a pele humana sofre mais desgaste do que se imagina.
Sal
É possível observar na rampa do cano o formato da digital do autor. Acúmulo de sal após toque. |
Pele
Observe os pontos brancos na arma. |
A poeira em nossa casa possui um considerável porcentagem de pele morta. Está ocorrendo agora, enquanto você lê esta matéria. Ocorre enquanto você dorme. É um processo que não pára instante algum.
A arma, um mecanismo formado por peças ficará com certeza coberto com pele morta. Ao observar a arma que carrego todos os dias junto ao meu corpo, após duas semanas terá em seus cantos vivos uma fina camada branca de poeira. Pois bem. É a pele que escamou e ali ficou. Perceba que atrelado ao sal essa fina camada inicia de forma oculta e silenciosa um processo de oxidação invisível ao olho nu, mas que está ocorrendo.
Observe em todo canto da arma os pontos brancos acumulados: pele morta juntada. |
Água
O processo de oxidação é catalisado com a presença da água. Logo, sempre que tomo chuva (ando de motocicleta e armado) a minha arma, com certeza, estará impregnada de suor, sal, pele morta e água. Um prato cheio para mudar da cor escura para alaranjada em dias.Base do carregador: Acúmulo de água decorrente de chuva provavelmente (meu caso). |
Graxa ou Óleo Lubrificante
Conforme já dito, a solução para impedir que o metal inicie sua oxidação por contato de ar, suor, sal, água ou pele é uma camada de óleo mineral em toda a arma. Mas, cuidado! Impregnar seu armamento de óleo lubrificante não é a solução.
O simples fato de empunhar a sua arma já coloca em contato com a gordura do corpo, presente na pele. Porém não podemos deixar de simplesmente tocar na arma. O que nos compete é tomar o cuidado de toda vez que mexer no armamento, mantê-lo limpo logo após o uso.
Extrator: A graxa retém pólvora incombusta por todo o metal. |
Outra coisa: a lubrificação excessiva pode contaminar as munições. Principalmente óleos extremamente finos, como os da linha "40". Sua diminuta composição molecular pode comprometer a munição, molhando a pólvora ou a espoleta.
Se recordam da pele morta? Da mesma forma que ela repousa no armamento, um simples deslocamento de ar as remove, EXCETO se lá o metal estiver impregnado com óleo. É imprescindível que a arma esteja lubrificada com as óleo lubrificante para a diminuição de atrito entre as peças móveis e portanto, o aumento de vida útil do armamento. Porém o exagero deste óleo potencializa a criação de borras que nada mais são que acúmulos de agentes oxidantes, vindo a danificar seu armamento à longo prazo e à curto prazo podendo criar panes e falhas de funcionamento.
Limpeza: Como fazer
A retirada de poeira pode ser feita com um compressor de ar. Caso não tenha, uma escova com cerdas pode ser utilizada para a retirada de toda a sujeita. Existem alguns tipos de sujeiras, como o resíduo de gordura ou graxa que não saem simplesmente com a força da escova. Nesse caso, pode-se utilizar óleo mineral ou o tipo 40 para a limpeza das peças. Além de retirar todo resíduo de água, sal ou gordura dos dedos, estará criando já uma camada protetora das peças.
Após alguns minutos, a oxidação é desprendida do metal graças à ação do óleo tipo 40. |
Mistura de óleo tipo 40 com ferrugem. Foi necessário utilizar escova de latão com um pouco de força para retirar os depósitos de oxidação mais profundos. |
Pontos de oxidação devem ser limpos com óleo tipo 40. Dentre as propriedades desse tipo de óleo, está também o de extinguir a oxidação que esteja ocorrendo. Normalmente deixo o óleo ali alguns minutos sobre a ferrugem para que possa agir. Caso seja necessário, uso escola de metal para um atrito um pouco mais forte e após isso retiro a sujeira. É importante deixar esses minutos sobre o material para que a reação química da oxidação seja interrompida. Na foto é possível observar o óleo se transformar em uma borra alaranjada após algum tempo. Uma vez cumprida a sua finalidade, basta apenas retirar o excesso e deixar uma fina camada limpa para que a ferrugem não ocorra mais.
.....agora sim! |
A arma precisa ser montada limpa e lubrificada, porém, sem excessos. Não podemos observar escorrimentos de óleos após montada e considerada finalizada a limpeza. Não se esqueça: todo excesso de óleo será uma poça de formação de borra em dias.
Excelente texto! Muito bem escrito e detalhado, com um conteúdo claro e objetivo. Parabéns ao autor!
ResponderExcluirParabéns pela postagem. A quanto tempo usa essa imbel para porte?
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