sexta-feira, 16 de agosto de 2019

"Faça tudo o que Quiser": O mito do Influenciador Digital e suas armadilhas jurídicas


                   
                     Roupas apertadas e camufladas. Braços tatuados, barba de lenhador canadense, cara de mau. Arma da moda na cintura, promessas atraentes. Assim hoje o mundo do tiro é liderado, de acordo com redes sociais por "profissionais" e especialistas no assunto. Porém, tal sítio necessita de estudo mais acurado do que aparenta em diversos setores que podem comprometer o entusiasta do tiro. Comprometer as vezes de forma irreversível.
                   
                     A neurociência explica: o ser humano possui tendência natural de seguir aquilo que lhe agrada aos olhos e ouvidos. Parece óbvia esta afirmação: tudo é percepção seletiva. Afinal, quem gosta de ouvir algo que não lhe agrade?
                     Entretanto, na Ciência do Ensinar compete ao profissional falar o que é correto, não o que é bonito. Parafraseando o saudoso poeta Graciliano Ramos, "a palavra não foi feita para enfeitar, brilhar como ouro falso; a palavra foi feita para dizer". Logo, o ensino não foi feito para atrair seguidores ou angariar likes; o ensino existe para falar a verdade, para se aprender.
                     Goste o leitor. Ou não.
                 
                      Observamos hoje na internet uma invasão no mundo do tiro que vai na contramão do Poeta e deste autor: donos de canais virtuais que falam o que agrada aos ouvidos (e olhos) de seus seguidores. Falam de tudo, fazem de tudo. Até mesmo mentir. Nem que custe a liberdade de seus súditos digitais. Tudo, absolutamente tudo é válido para conquistar um seguidor. Um like.

                     O criterioso esporte do tiro necessita de instrução séria, não agradável. Compete ao profissional apontar os direitos e deveres. Seus limites. E não os ultrapassar. O professor de tiro precisa saber falar "NÃO". E o aluno saber diferenciar que não será um Instagram movimentado ou um bonito canal de Youtube que demonstrará a qualidade de ensino ora apresentada. Muito menos o ajudará caso ultrapasse o limite da licitude no desporto.
                     Se existe venda ilícita de entorpecentes, dentre os problemas sociais existe a Mea Culpa de quem compre.
                     Assim, existe a Mea Culpa de quem acredita e segue aquele pernicioso "profissional" do tiro, que troca a segurança jurídica do seu seguidor por fotos, números e fama.
                  
                      Afinal real preocupação não possui com o que ensina.
                      Pois real preocupação não possui para com seu aluno e respectivo futuro.
                      Porque real e comprometido professor nunca foi.


                      Afinal.... tudo por um like. Não é mesmo?



                     
                

2 comentários:

  1. Súditos digitais, sociais e principalmente políticos são as espécimes mais comuns do presente....

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  2. Excelente blog. Li diversas publicações, aqui realizadas, e vejo que o autor detém elevados conhecimentos sobre armamento e legislação. Parabéns.

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